A Árvore Bodhi é um espécie de Figueira Sagrada (Ficus religiosa) na qual está agora a cidade de Bodh Gaya. Foi sentado sob esta árvore em meditação que Siddhartha Gautama encontrou a iluminação. Na cultura tibetana, Maia estava segurando um ramo desta árvore enquanto descansava no jardim de Lumbini quando de à luz seu filho Siddhartha.
Bodhi, no Budismo especificamente, significa a experiência do despertar espiritual alcançada por Gautama Budda e seus discípulos. Isto é, às vezes, descrito como a completa e perfeita sanidade, ou despertar da verdadeira natureza do universo. Após alcançado, a pessoa se liberta do círculo do Samsara: nascimento, sofrimento, morte e renascimento (ver moksha). Bodhi é, normalmente, traduzido como “iluminação”. A expressão introduz uma noção de despertar de um sonho e estar desperto sobre a Realidade. De fato, é preferível pensar em Bodhi como um “despertar” ou “acordar” espiritual, embora a imagem de luz seja extraordinariamente predominante em muitas escrituras Budistas. Certo é que, quanto maior a consciência, maior é a luz.
Bodhi é atingida apenas com consumação de alguma Paramita (“perfeição”), quando as Quatro Nobres Verdades são completamente compreendidas, cessando o carma. Neste momento, toda a cobiça (lobha), aversão (dosa), desilusão (moha), ignorância (avijjā), ânsia (tanha) e ego (attā) extinguem-se. Bodhi, de fato, inclui anattā, a abstenção do ego.
Alguns sutras do budismo Mahayana enfatizam que Bodhi está sempre presente e é perfeito e simplesmente se necessita ser “descoberto” ou desvendado por uma visão purificada. De fato, o “Sutra do despertar perfeito” diz que Buddha ensinou que, como o ouro dentro do seu minério, Bodhi está sempre dentro do ser mas requer que a obscuridade mundana seja consumida (as profanações que cercam o samsara o enfraquecem, o deixam inconsciente) para que seja removido. O Buddha declara:
“Bons filhos, isto é como obter ouro pela fusão do minério. O ouro não vem a ser o que é por causa da fundição… Mesmo que se passe um tempo incontável, a natureza do ouro nunca se corrompe. É errado dizer que ele não era originalmente perfeito. A Perfeita Iluminação do Tathagata [Buddha] é também assim.”
Doutrinas similares são encontradas no Tathagatagarbha sutra, que fala da presença imanente do princípio do Buddha (Buddha-dhatu/ Natureza-búdica) dentro de todos os seres. Aqui, o Tathagatagarbha equivale à transformação do inclausurado e libertador poder do Bodhi, que concede uma infinidade de visões da unificação. Os estados do Buddha Shurangama Sutra:
“Meu não criado e a interminável profundidade da iluminação de acordo com o Tathagatagarbha, que é o Bodhi absoluto e que assegura o meu discernimento perfeito do reino do Darma [reino da última verdade], onde o todo é o infinito e o infinito é o todo.”